Apesar dos avanços no combate à malária nas últimas décadas, a doença ainda representa um desafio significativo à saúde pública no Brasil, especialmente na região amazônica. Especialistas alertam que a falta de diagnóstico rápido e preciso continua sendo um dos principais obstáculos para a eliminação da enfermidade no país.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, milhares de casos deixam de ser diagnosticados a cada ano, contribuindo para a subnotificação e dificultando a interrupção da cadeia de transmissão. “Sem diagnóstico, não há tratamento. E sem tratamento, o paciente continua transmitindo a doença, muitas vezes sem saber”, afirma um infectologista ligado a programas de controle da malária.
A maior parte dos casos no Brasil é causada pelo Plasmodium vivax, uma espécie que pode permanecer latente no fígado e causar recaídas meses após a infecção inicial — o que reforça a importância de diagnósticos corretos e oportunos. No entanto, muitas comunidades ribeirinhas e indígenas, situadas em áreas de difícil acesso, enfrentam limitações logísticas, falta de profissionais capacitados e carência de testes rápidos.
Organizações de saúde e governos locais têm buscado ampliar o acesso a tecnologias de diagnóstico, como testes moleculares e sistemas móveis de monitoramento, mas a cobertura ainda é insuficiente. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) já destacou o Brasil como uma das nações-chave para a eliminação da malária nas Américas, mas reforça que será necessário investir em vigilância ativa, diagnóstico universal e educação em saúde.
Enquanto isso, milhares de brasileiros seguem em risco, especialmente durante os períodos de maior incidência, entre dezembro e maio. Especialistas alertam: sem um diagnóstico eficiente, a malária continuará sendo uma ameaça silenciosa.