O número de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças pequenas voltou a subir em diversas regiões do Brasil. O alerta foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em novo boletim InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (10). A principal causa do avanço é o vírus sincicial respiratório (VSR), associado à bronquiolite, que tem se espalhado por praticamente todo o país com maior intensidade nas estações mais frias.
O estudo, referente à semana de 30 de março a 5 de abril, também identificou os primeiros sinais de aumento nos casos de SRAG causados pelo vírus da gripe (influenza), com destaque para o Mato Grosso do Sul, onde o número de internações afeta não só crianças, mas também adultos e idosos.
Para a pesquisadora Tatiana Portela, da equipe de Computação Científica da Fiocruz, é urgente que os grupos prioritários, como crianças de seis meses a seis anos, gestantes e idosos, busquem a vacinação contra a gripe, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste, onde a campanha já está em andamento.
“Diante dos primeiros sintomas de gripe ou resfriado, é fundamental sair de casa com máscara, principalmente em locais fechados ou com aglomeração, além de procurar os postos de saúde”, orienta a especialista.
O boletim também aponta que 13 estados apresentam tendência de alta nos casos de SRAG: Acre, Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.
De janeiro até o início de abril de 2025, o país já registrou 31.796 casos de SRAG, dos quais 39,4% tiveram resultado positivo para algum vírus respiratório. Dentre esses casos, os mais frequentes foram:
- Vírus sincicial respiratório (50,4%)
- Rinovírus (31,4%)
- Influenza A (10,3%)
- Sars-CoV-2 (9,2%)
- Influenza B (1,6%)
O cenário reforça a importância da vacinação e das medidas de prevenção, especialmente durante o outono e o inverno, quando a circulação dos vírus respiratórios tende a se intensificar.