A Páscoa está chegando, e com ela os tradicionais almoços regados a muitos pratos com peixes e sobremesas com chocolate. Mas esse cardápio acende um alerta para as pessoas acometidas pela Doença Renal Crônica (DRC), caracterizada pela diminuição progressiva da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue.
O sódio, fósforo e potássio em excesso podem ser vilões do paciente renal, e a ingestão de alguns peixes e frutos do mar deve ser observada, pois embora não sejam contraindicados, alguns desses alimentos são ricos nesses minerais e seu consumo em grandes quantidades pode trazer complicações. O excesso de fósforo e potássio pode ocasionar calcificação em tecidos e vasos sanguíneos, desencadear arritmias e parada cardíaca. O sódio em excesso no organismo é um fator de risco para hipertensão.
“Peixes como salmão e atum são ricos em potássio e o bacalhau é extremamente rico em sódio devido ao processo de salga”, explica Thays Mortaia, coordenadora de Nutrição da DaVita Tratamento Renal. “Os peixes mais indicados para pacientes renais são: abadejo, cação, corvina, merluza, pescada, linguado e tilápia, preparados com técnica de dupla fervura e temperos naturais”, completa.
Outro alimento que não falta na Páscoa é o chocolate, que se consumido em excesso pode, assim como alguns peixes, alterar os níveis de potássio e fósforo no organismo, causando ou aumentando sintomas de náuseas, perda de apetite e fraqueza.
“A dica é sempre dar preferência para chocolates 70% cacau”, comenta Mortaia. “Esses alimentos têm na sua formulação menos açúcares e gorduras”, complementa. Mas a especialista reforça que mesmo assim é fundamental controlar a quantidade a ser consumida.
O paciente renal deve controlar a hidratação e equilibrar refeições ricas em frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas de origem animal e vegetal, dando preferência para carnes brancas e magras, como frango e tilápia (origem animal) e grão-de-bico e ovo (origem vegetal).
Porém, é fundamental a alimentação de um paciente com doença renal crônica seja acompanhada de perto por um nutricionista e estabelecida com base nas necessidades individuais e estágio da doença, que variam de paciente para paciente.