No Brasil, existem cerca de 41 milhões de pessoas, atualmente, acima de 18 anos com obesidade, correspondendo a 26% da população. Um estudo publicado pela World Obesity Federation (WOF) em 2023 aponta que a previsão para 2035 é de que os brasileiros com obesidade sejam 41% da população. Os números são alarmantes e é necessária uma conscientização cada vez mais forte sobre a doença para que os tratamentos adequados sejam realizados.
A ONG Obesidade Brasil, primeira organização sem fins lucrativos do mundo direcionada a pessoas com obesidade, realizará a 4ª edição do evento Obesidade em Pauta: Menos estigma, mais acolhimento, no dia 09 de março, em São Paulo, das 8h às 18h. Com duas edições realizadas de forma online (em 2021 e 2022) e uma presencial em 2023, esta edição também contará com uma programação especial durante todo o dia. A abertura e o encerramento serão feitos de forma online pelo ator Rodrigo Santoro, apoiador da causa. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diainternacionaldaobesidade.com.
O evento, em apoio ao Dia Mundial da Obesidade (04/03), data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como forma de alertar a população para os riscos provocados pela obesidade, é voltado a pacientes e profissionais de saúde para conscientização da obesidade como doença crônica e diminuição do preconceito.
Além dos números que preocupam, o preconceito é algo que deve ser combatido. A gordofobia corresponde a casos de pessoas excluídas, inferiorizadas, humilhadas ou que sofrem com atitudes que reforçam estereótipos. E essas questões influenciam não só no tratamento, como também na possibilidade de levar a quadros de depressão e transtornos alimentares.
“As atitudes gordofóbicas não levam as pessoas a buscarem tratamento para a obesidade. Pelo contrário, afastam as pessoas dos serviços de saúde, já que despertam o medo de serem julgadas até pelos próprios profissionais da área”, afirma a psicóloga Andrea Levy, presidente da ONG Obesidade Brasil.
A médica nutróloga Dra. Andrea Pereira, cofundadora da ONG Obesidade Brasil, relembra que a ajuda profissional é a forma mais efetiva de tratar a obesidade, já que isso deve ser feito de forma multidisciplinar e engloba diferentes frentes, como prática regular de atividade física, reeducação alimentar, acompanhamento psicológico, medicação e cirurgia bariátrica.
Dr. Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e cofundador da ONG, afirma que a cirurgia altera diversos aspectos da vida dos pacientes, inclusive a autoestima, e deve ser avaliada como opção de tratamento. “A relação com a comida é o primeiro ponto, já que os pacientes passam a comer porções menores, alimentos menos calóricos e mais saudáveis, além da maior facilidade na prática da atividade física devido à perda de peso e ainda há os estudos que já comprovam o controle de hipertensão e diabetes após a realização da cirurgia”, finaliza Schiavon.