Alterações visuais conhecidas como auras são sintomas agudos da enxaqueca caracterizadas por distorções da visão, embaçamento, flashes, pontos escuros e luminosos, ou mesmo perdas momentâneas de audição e olfato. Segundo a neurologista Thaís Villa, médica especialista no diagnóstico e tratamento da enxaqueca, a aura pode ser definida como um “sintoma grave da enxaqueca”, um estágio da doença onde crises mais intensas e frequentes podem acontecer.
Além disso, pesquisas recentes apontam que pessoas que sofrem de enxaqueca com aura têm risco aumentado para acidente vascular cerebral (AVC) – e se for fumante, a chance de ter um AVC ou um infarto é 15 vezes maior.
“A substância nicotina presente no tabaco tem um efeito muito estimulante para o cérebro. No paciente com enxaqueca, que é doença neurológica de um cérebro mais hiperexcitável, a nicotina vai deixar o cérebro ainda mais excitado e em sofrimento, provocando a cronificação da doença, fazendo com que mais crises severas e incapacitantes aconteçam. É muito importante que a pessoa com enxaqueca não faça uso do cigarro ou qualquer outro meio que contenha nicotina e outras substâncias estimulantes, como o vape, por exemplo”, alerta Thaís Villa.
A enxaqueca acomete cerca de 30 milhões de brasileiros – no mundo são mais de um bilhão de pessoas sofrendo com a doença, conforme a OMS. Ocupa o segundo lugar entre as doenças mais prevalentes na população – perde somente para a cárie dentária. Uma crise de enxaqueca pode vir acompanhada de inúmeros e variados sintomas, como mal estar, forte dor de cabeça, fotofobia, irritabilidade, cansaço, insônia, entre outros. De causa hereditária, a enxaqueca não tem cura.
Tratamento
Thaís Villa explica que o tratamento 360 graus é considerado uma revolução nos cuidados do paciente com enxaqueca e o mais indicado para controlar os sintomas e as crises que a enxaqueca faz acontecer, além de outras complicações de saúde que podem ocorrer por consequência de um cérebro em sofrimento durante anos.
“É um cuidado integrado, com acompanhamento de especialistas em saúde atuando em várias frentes: neurologista, nutricionista, fisioterapeuta, dentista etc. A maioria que procura pelo tratamento está com dores de cabeça fora do controle, já passou por profissionais de diversas áreas, mas sempre de forma dissociada, com diagnósticos inadequados, tratamentos sintomáticos e sem respostas que acabaram levando esses pacientes a se sentirem desacreditados e a se ‘acostumarem’ com a dor”, conta Thaís.
“A dor de cabeça não pode ser normalizada e a enxaqueca não pode ser banalizada, é uma doença crônica e extremamente debilitante com uma difícil jornada que precisa de atenção, atendimento integrado e tratamento eficiente para que o paciente possa viver com menos dor e muito mais qualidade de vida”, completa a neurologista.