O número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes no Brasil continua crescendo em ritmo alarmante. Segundo dados do Disque 100, canal oficial do governo para registro de violações de direitos humanos, mais de 430 mil denúncias foram feitas em 2023, um aumento de 45,39% em relação ao ano anterior. Cerca de 53% desses casos envolveram vítimas com menos de 18 anos, incluindo relatos de abuso sexual, violência física, negligência e exploração sexual comercial.
Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, o Instituto Suassuna se une à campanha Faça Bonito com uma programação nacional de conscientização aberta ao público. A iniciativa reforça a importância do enfrentamento coletivo à violência infantojuvenil, por meio de educação, escuta e redes de proteção.
Na data, serão disponibilizadas palestras e episódios especiais de podcast no canal do YouTube do Instituto, abordando temas como os sinais de abuso, os impactos psicológicos da violência e o papel dos profissionais na proteção da infância. Os conteúdos são voltados a educadores, psicólogos, estudantes e famílias, e estarão disponíveis gratuitamente como parte do compromisso institucional com a formação e a informação qualificada.
A flor amarela e a urgência do tema
Criada em memória do caso Araceli, uma menina de 8 anos assassinada em 1973, a campanha Faça Bonito foi instituída oficialmente pela Lei nº 9.970/2000 e se tornou símbolo da luta pelos direitos das crianças e adolescentes. Seu símbolo, uma flor amarela desenhada com traços infantis, representa tanto a fragilidade da infância quanto o compromisso de toda a sociedade com a proteção dessa fase da vida.
A proposta da campanha é mobilizar escolas, serviços públicos, instituições da sociedade civil e a população em geral para ampliar a escuta, reconhecer os sinais de abuso e incentivar denúncias responsáveis. “Não basta sentir indignação diante dos casos. É preciso saber identificar comportamentos e sinais, e agir. A violência contra crianças não é invisível: ela é muitas vezes silenciada por medo, vergonha ou negligência institucional”, afirma Danilo Suassuna, diretor do Instituto Suassuna.
Educação como ferramenta de proteção
Com base em sua atuação na formação de psicólogos e na produção de conteúdo técnico na área da saúde mental, o Instituto Suassuna lança neste mês de maio uma série de ações abertas ao público, com o objetivo de reforçar a importância da escuta qualificada, da prevenção e da denúncia. Estão previstas publicações no blog institucional, divulgação de conteúdo nas redes sociais e atividades com foco em proteção infanto-juvenil.
Para Danilo Suassuna, a mobilização em torno do combate à violência infantil exige engajamento contínuo e informação acessível. “É fundamental que a sociedade esteja atenta e preparada para identificar e combater qualquer forma de violência contra nossas crianças. A educação e a informação são ferramentas poderosas na prevenção desses crimes”, afirma.
Ao longo do mês, o Instituto também incentivará que instituições de ensino, serviços de saúde e organizações públicas ou privadas se unam à campanha, promovendo ações educativas que ampliem o alcance das mensagens de prevenção e acolhimento. O material divulgado poderá ser replicado por escolas, universidades, profissionais da psicologia e todos os envolvidos na proteção da infância.