A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu, nesta semana, a fabricação, comercialização, distribuição e propaganda de balas do tipo “gummy” que contenham tadalafila, medicamento indicado para tratamento de disfunção erétil. A medida foi tomada após a identificação de produtos que continham a substância ativa de uso controlado, porém apresentados de forma atrativa ao público geral, em especial aos jovens, o que configura risco sanitário.
A tadalafila é um medicamento que só pode ser vendido com prescrição médica e acompanhamento profissional, por seu potencial de causar efeitos colaterais graves como queda de pressão arterial, dor de cabeça, taquicardia, alterações na visão e até eventos cardiovasculares severos, especialmente quando combinada com outras substâncias, como álcool ou drogas recreativas.
A Anvisa destacou que esses produtos estavam sendo promovidos com promessas de aumento de desempenho sexual, sem respaldo científico, e muitas vezes vendidos de forma clandestina ou via internet, sem controle de origem ou dosagem. Em muitos casos, as gomas tinham rótulos que omitiam ou mascaravam a presença da substância ativa, enganando os consumidores.
A proibição se insere em uma série de ações que visam conter a banalização de medicamentos controlados. “Estamos lidando com um medicamento que deve ser usado com critério médico. O formato em goma e a linguagem de marketing utilizada nesses produtos são especialmente perigosos porque incentivam o consumo recreativo e desinformado”, afirmou a agência em nota oficial.
As empresas identificadas com esses produtos estão sujeitas a sanções administrativas, incluindo multa, recolhimento dos itens do mercado e responsabilização civil e criminal. A Anvisa também orienta que consumidores que tenham adquirido essas balas suspendam o uso imediatamente e consultem um médico.
A decisão foi bem recebida por entidades médicas e especialistas em saúde pública, que há meses vinham alertando para o aumento do uso indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil por jovens sem necessidade clínica comprovada.