22 de abril de 2025 — O governo federal anunciou, no dia 21, um plano ambicioso para ampliar o acesso à internet em áreas remotas e garantir a conexão de todas as Unidades de Saúde Indígena até o ano de 2026. A medida faz parte da estratégia nacional de inclusão digital e fortalecimento da saúde indígena, e prevê a instalação de infraestrutura de conectividade em mais de 800 polos-base e unidades de atendimento em terras indígenas de todo o país.
De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, a iniciativa visa melhorar o acesso dos povos originários a serviços de saúde, facilitar a comunicação entre equipes médicas e permitir a realização de atendimentos a distância por meio da telemedicina. A falta de conectividade é um obstáculo histórico enfrentado por comunidades indígenas, dificultando diagnósticos, acompanhamentos e a resposta a situações emergenciais.
“Garantir internet em todas as unidades de saúde indígena é uma questão de equidade e respeito aos direitos constitucionais desses povos. Além de aproximar as comunidades de recursos essenciais, permitirá integrar os sistemas de saúde, qualificando o atendimento e salvando vidas”, afirmou a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
O projeto será implementado em parceria com o Ministério da Saúde e o Ministério das Comunicações, e contará com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Além de conectar as unidades de saúde, o plano prevê a instalação de pontos de acesso comunitário à internet em áreas estratégicas das aldeias.
Atualmente, apenas cerca de 35% das unidades de saúde indígena possuem acesso regular à internet, segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Com a ampliação da conectividade, o governo pretende também fortalecer o Sistema de Informação da Saúde Indígena (Siasi) e facilitar o envio de dados epidemiológicos e o acompanhamento de campanhas de vacinação, especialmente em regiões de difícil acesso.
A expectativa é que as primeiras conexões sejam ativadas já no segundo semestre de 2025. Lideranças indígenas consideram a medida um avanço importante, mas destacam a necessidade de garantir a consulta prévia às comunidades e o respeito aos protocolos de cada povo para a implementação da tecnologia.