O Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas (PNRF) registrou a realização de 544.388 cirurgias em todo o Brasil entre fevereiro e junho de 2024. O volume representa um aumento de 21% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A região Sudeste liderou o número de cirurgias realizadas, concentrando 34% do total, seguida pelo Sul (29%), Nordeste (25%), Norte (7%) e Centro-Oeste (5%).
Nesse cenário de alta demanda por cirurgias, a gestão do tempo nas salas operatórias ganha destaque como um dos principais desafios hospitalares. O planejamento envolve equilibrar múltiplas variáveis, como a disponibilidade de equipes médicas, equipamentos e agendas, ao mesmo tempo em que se lida com emergências e imprevistos.
Foi nesse contexto que Lucas Toribio Sanches, aluno do curso de Engenharia de Produção da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, desenvolveu uma solução: a “Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória”. Baseado em Inteligência Artificial, o aplicativo é capaz de prever com precisão o tempo necessário para cada procedimento cirúrgico, otimizando a gestão de filas e o uso de salas de cirurgia.
O projeto, que se tornou o Trabalho de Graduação (TG) do estudante, foi orientado por João Chang Junior, professor da Faculdade ESEG e coordenador do Núcleo de Desenvolvimento da instituição, e contou com a mentoria do Dr. Alfredo Manoel da Silva Fernandes, ex-diretor administrativo do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP).
A Calculadora de Tempo de Uso de Sala Operatória utiliza dados fornecidos previamente pelos pacientes ao se cadastrarem no sistema para calcular o tempo necessário para cada cirurgia. Essa funcionalidade permite às equipes médicas uma melhor gestão do tempo de locação das salas, resultando em maior eficiência operacional e melhorias na organização das filas de espera.
“Meu maior desafio foi integrar a programação à Inteligência Artificial. Nosso objetivo era criar uma ferramenta amigável e intuitiva, acessível a todos os usuários”, destaca o aluno Lucas Sanches.
A ideia surgiu de conversas entre o estudante e o Prof. João Chang Junior, que já havia realizado trabalhos anteriores com o InCor em parceria com o Dr. Alfredo Fernandes. A colaboração entre eles resultou em importantes avanços, incluindo a publicação de um estudo internacional: “Predictors of in-ICU length of stay among congenital heart defect patients using artificial intelligence model: A pilot study”.