As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em mulheres no país2 e, nos EUA, são responsáveis por aproximadamente uma a cada 80 segundos3. Apesar do dado alarmante, um estudo publicado no periódico científico internacional The Cancer Journal apontou que a doença cardiovascular foi reduzida em 52% em mulheres que realizaram terapia de reposição hormonal (TRH) até 10 anos do início da menopausa1 quando comparada a mulheres que não faziam uso de TRH. A mortalidade por essa e outras causas teve uma diminuição de 43%1. O estudo também aponta que mais de 40 pesquisas observacionais mostram uma redução consistente de 30% a 50% na doença coronariana em mulheres que fizeram a reposição hormonal versus não usuárias. Mesmo sendo a TRH na menopausa uma medida que reduz a mortalidades por todas as causas, além das doenças cardiovasculares1, o tema ainda é tabu entre as mulheres, que podem ficar sem tratamento por medo ou falta de informação.
Para se ter uma ideia, o primeiro estudo populacional brasileiro sobre o perfil de mulheres no climatério (período de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa)4, publicado na revista científica Climacteric em 2022, por iniciativa da Libbs Farmacêutica, avaliou 1,5 mil mulheres entre 45 e 65 anos e observou que apesar de 87,9% delas serem sintomáticas ao entrar na menopausa, apenas 22% delas iniciou a terapia de reposição hormonal5.
De de acordo com o ginecologista Vitor Maga, a terapia de reposição com hormônios não só melhora sensações desconfortáveis dessa fase da vida – como ondas de calor, sintomas depressivos, ressecamento vaginal, ganho de peso e diminuição da libido6 – mas também pode ter impacto significativo na prevenção de diabetes, osteoporose e de fraturas ósseas1. “É preciso falar mais sobre o uso de hormônios durante a menopausa como melhora da qualidade de vida. Infelizmente há um medo exacerbado quando pensamos em tratamentos hormonais para a saúde da mulher. Por outro lado, diariamente as pessoas usam insulina para o tratamento da diabetes ou hormônios tiroidianos para o hipotiroidismo. Frequentemente escuto no consultório o termo ‘bomba de hormônios’, o que não condiz com a realidade e gera um desserviço para a saúde.”
Maga ainda explica que a terapia de reposição hormonal na menopausa, como o próprio nome já diz, funciona com administração de um hormônio que já existia no organismo, mas parou de ser produzido7, o que as tornam mais suscetíveis a doenças do coração, perda óssea e patologias degenerativas do sistema nervoso, como o Alzheimer6. “Na reposição bem administrada, a mulher não engorda, não tem inchaço e tem uma grande melhora na qualidade de vida, podendo se sentir como sempre e praticar as atividades diárias de antes dessa fase da vida.6 Atualmente, vivemos cada vez mais e há muita vida ainda após os 50, não sendo justo que a mulher não aproveite a plenitude dessa fase da vida por falta de conhecimento.”