Conscientizar a população sobre a importância de doar órgãos e lembrar que esse ato de solidariedade pode salvar vidas. Esse é o objetivo do dia 27 de setembro, Dia Nacional de Doação de Órgãos. A lei que institui o dia tem ajudado a ampliar o debate sobre a doação e transplante de órgãos no país.
O Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. A iniciativa é do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país. Mesmo assim, a quantidade de pessoas na lista de espera ainda é grande. O cirurgião de transplantes e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Lucas Nacif, fala sobre os principais desafios para aumentar o número de doadores.
“Eu acho que existe pouca informação. As pessoas acabam, na hora de se declarar doador, muitas vezes não sabem como fazer isso, não sabem que é importante essa declaração, principalmente quando tem um óbito de algum familiar próximo, e aí demora para ser feita essa notificação e as equipes de procura de órgãos, o pessoal da enfermagem, os médicos que trabalham nessa área conseguirem fazer um doador potencial, virar um doador efetivo. Então acho que é mais a pouca informação.
No total, 4.580 órgãos, além de 8.260 córneas e 1.512 medulas ósseas, classificadas como tecidos, foram doados nos primeiros seis meses de 2024. O aumento em relação a 2023 foi de 3,2%. Considerando apenas os transplantes de órgãos sólidos, o crescimento foi de 4,2% neste primeiro semestre.
A professora Aline Santos tem 34 anos e recebeu um fígado há dez anos. Ela avalia que o procedimento fez a diferença na vida dela e incentiva outras pessoas a serem doadoras.
“Sou eternamente grata à família do doador, que em momento de dor eles escolheram me dar a vida. E hoje eu sou mãe de quatro, eu tive três filhos após o transplante. O fígado que o doador me deu gerou mais três vidas. Então, o transplante de fígado, ele mudou completamente a minha trajetória. E cada dia que eu vivo é uma celebração dessa nova chance que eu recebi. Meu maior desejo agora é continuar vivendo com saúde e de alguma forma atribuir esse presente, incentivando outras pessoas a se tornarem doadoras”, comentou.
O Ministério da Saúde reforça que a lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do SUS quanto da rede particular. A autorização para doação de órgãos e tecidos pode ser manifestada por meio de uma plataforma eletrônica com registro nos cartórios nacionais. Para ser um doador basta se registrar no aplicativo ou no site www.aedo.org.br
Com informações da Agência Brasil.