Com o intuito de conscientizar sobre a doação de órgãos, a campanha do Setembro Verde estimula a população a refletir sobre a doação e discutir as intenções com suas famílias. De acordo com a legislação vigente no Brasil, apenas familiares podem autorizar a doação de órgãos após a morte.
Em vida, é possível doar alguns órgãos, como parte do fígado, um dos rins e a medula óssea, desde que haja compatibilidade sanguínea. Após a morte é possível doar uma quantidade maior de órgãos e tecidos que se estende para pulmões, coração, fígado, pâncreas, rins, intestinos, válvulas cardíacas, ossos, pele e tendões.
Em 2023, o País registrou o maior número de transplantes de órgãos nos últimos dez anos. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro, 6.766 transplantes foram realizados, enquanto em 2022 foram registradas 6.055 no mesmo período.
Além da quantidade de transplantes, o número de doadores também teve crescimento. De janeiro a setembro do ano passado, 3.060 doações se efetivaram, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, que totalizou 2.604.
O diretor médico da DaVita Tratamento Renal, Dr. Bruno Zawadzki, chama a atenção para os transplantes renais que aumentaram 113% em todo o Brasil, passando de 2.911 em 2003 para 6.208 em 2023. “Em 2024, 485 pacientes das clínicas DaVita realizaram transplante renal, o que representa um marco importante, pois reflete de maneira positiva os avanços na saúde pública e no diálogo com possíveis doares”, complementa Zawadzki.
É fundamental destacar que médicos que acompanham de perto seus pacientes desempenham um papel crucial no processo de incentivo à doação de órgãos, principalmente se estiver em conjunto com as Organizações de Procura de Órgãos (OPOs).
Essas instituições são responsáveis pela coordenação de todo o processo de captação de órgãos e tecidos para transplantes. Elas desempenham um papel fundamental no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Brasil. “Essa colaboração é fundamental para garantir que os pacientes elegíveis sejam prontamente avaliados e preparados para o transplante, contribuindo para o aumento de doadores e, consequentemente, de transplantes no país”, declara o diretor médico.
Atualmente, mais de 50% dos pacientes da DaVita estão em seguimento ativo para o transplante renal, o que demonstra que o comprometimento do local em que o paciente realiza o seu tratamento deve apoiar o acesso ao transplante como opção terapêutica.
A doação de órgãos foi o que trouxe a qualidade de vida de Júlio Minoru Kawazaki, de 66 anos, que hoje realiza trabalho voluntário levando música entre as sessões de hemodiálise na DaVita Campo Grande, mesmo município em que vive. Kawazaki realizou hemodiálise por cinco anos antes de estar apto ao transplante renal, que só foi possível por um trabalho multidisciplinar.
“Meus novos rins já me trouxeram muitas alegrias. Agora, tenho a oportunidade de recomeçar, de planejar o futuro e de viver de maneira mais saudável”, declara o ex-paciente dialítico.
É fundamental que a sociedade esteja cada vez mais consciente da importância desse gesto, assegurando que a vontade de doar seja respeitada e amplamente incentivada, para que mais vidas possam ser salvas.