No Brasil, cerca de 1,7 milhão de pessoas, com idade a partir dos 60 anos, têm algum tipo de demência e o Alzheimer corresponde a 55% desses casos. Ainda de acordo com os dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), há também 2,3 pessoas no país, na mesma faixa etária, com algum tipo de declínio cognitivo com sintomas relacionados à memória e à cognição, mas ainda não apresentando sinais de demência. A doença é mais comum nas mulheres e segundo pesquisa da revista Scientific Reports, isso acontece porque o estrogênio está relacionado à formação das placas de proteína beta amilóide no cérebro, um dos principais indicadores da doença.
Com isso, a terapia de reposição hormonal (TRH) tem sido explorada como uma possível intervenção para reduzir esse risco. A ginecologista da Plenapausa, uma uma empresa que visa levar informação, cuidado e tratamento para mulheres, Natacha Machado explica que existem muitos mitos e falácias quando o assunto é iniciar essa terapia.
“A conexão entre TRH, menopausa e Alzheimer é um campo promissor de pesquisa que pode transformar o cuidado da saúde feminina. Ao aprofundar nosso entendimento sobre como os hormônios influenciam o cérebro, podemos avançar em estratégias para prevenir a doença de Alzheimer e melhorar a qualidade de vida das mulheres”, diz.
É fundamental que se aumente a pesquisa e a educação sobre a interseção entre Alzheimer e menopausa. Com uma população feminina envelhecendo, entender e mitigar os riscos pode melhorar significativamente a qualidade de vida das mulheres, por isso, programas de apoio direcionados a essa questão tem um papel vital na proteção da saúde mental dessas pessoas.
“Uma vez que essa mulher não possa ou não queira fazer reposição hormonal essa mulher continua tendo o direito e necessidade ao tratamento. A reposição hormonal é o tratamento ouro, aquele que ataca a base do problema, mas para essas mulheres que não querem ou não podem, elas devem ser tratadas de outras formas, investindo em atividades físicas, alimentação, saúde mental, fitoterápicos, alguns tipos de antidepressivos e mais recentemente o uso de canabinóides podem ser utilizados com muito resultado, desde que essa mulher também modifique hábitos”, finaliza a ginecologista.